Canola Transgênica: a planta que Deus não criou
Vemos diariamente na mídia matérias incríveis sobre determinados tipos de alimentos que "devem" ser consumidos todos os dias, e que irão produzir verdadeiros milagres. Se você ficar um dia inteiro em frente à TV e anotar direitinho, vai ter que comer no outro dia 20 sementes de abóbora como vermífugo, uma fatia de melancia como diurético, um mamão papaya e quiabos para a fibra, um tomate para o licopeno, uma laranja contra a gripe, suco de maracujá contra o estresse, arroz e macarrão como energéticos, um bife magro para a proteína, um filé de peixe do mar grelhado para ômega-3, feijão contra a anemia, um ovo para a albumina, a proteína mais digestível do planeta, um abacate contra a osteoporose, uma sopinha de pés de galinha, fonte de colagina para a pele (obviamente temperada com açafrão, gengibre, noz moscada e pimenta para os males do coração), uma cenoura para os olhos, um pote de gelatina para fortalecer as unhas e os cabelos, uma banana contra a câimbra, um pouco de jaca, pinhão, giló, pimentão verde, um vermelho e um amarelo (porque azul ainda não tem), tudo regado a uma (só uma!) taça de vinho tinto para combater os radicais livres e uma maçã para o bom hálito. O total perfaz em torno de 8 quilos, mas você precisa se alimentar.
Ah, faltou a salada verde regada a óleo de oliva ou canola. Hum, canola?
A canola é mais uma destas coisas modernas, que mostram como a ciência conduzida por mentes macabras pode ser perigosa para a saúde coletiva.
Afinal, o que é canola, que nem consta nas encicoplédias? Na Eniclopédia Britannica, canola é novo nome da Colza. Colza? Novo nome? Que estória é essa? Não gosto muito da Wikipedia, pois qualquer inepto pode escrever nela, mas lá diz que o óleo de canola não deve ser ingerido por causa de sua toxicidade e não deve ser confundido por Colza, visto que é de origem geneticamente transformada. Canola é uma marca registrada canadense (1978), desenvolvida por dois cientistas canadenses, Baldur Stefansson e Richard Downey, e o Canola Council of Canada diz que o nome Canola não é um acrônimo, mas simplesmente significa "óleo canadense".
A Colza é uma planta da família das mostardas, a mesma planta que foi usada na produção do agente mostarda, gás letal usado de forma terrível na Guerra Mundial. O óleo de colza é utilizado como substrato de óleo lubrificante, sabões e combustível, sendo considerado venenoso para coisas vivas. É ótimo repelente (diluído em água) de pragas em jardins. Este poder tóxico é proporcionado pela alta quantidade de ácido erúcico que ela contém em sua composição. Tem sido usado de forma alimentar no Extremo Oriente, na forma não refinada, e contrabalançada com uma dieta rica em gordura saturada, o que evitaria seus graves efeitos tóxicos.
O objetivo no Ocidente, no entanto, era se produzir um óleo com pouca gordura poliinsaturada, e boa quantidade de ácido oléico e omega-3. O óleo de oliva tem estes predicados, mas sua produção em larga escala é de alto custo.
Monsanto e o Agricultor: bom relacionamento |
Foi publicado recentemente um relato muito interessante de um médico estudioso indignado sobre as coisas que descobriu sobre a canola: The truth about canola oil.
Se você não queria usar transgênicos sem seu expresso consentimento, mas já usou o óleo de canola, talvez até aconselhado pelo seu cardiologista ou nutricionista, fazer o quê? Perdemos o direito desta opção quando nos foi retirado o direito à informação, ou quando nos foram passadas informações mentirosas. Mas se é tão bom como o agronegócio diz, porque não informar tudo a respeito? Por que resistir tanto à rotulação de transgênicos?
Se observarmos bem, podemos perceber que o óleo de canola deixa um cheiro rançoso nas roupas, pois é muito facilmente oxidado, e seu processo de refinamento produz as famigeradas gorduras trans (o mesmo problema das margarinas), relacionadas a graves doenças, incluindo o câncer. Produz déficit de vitamina E, antioxidante natural.
Alimentos feitos com canola emboloram mais rapidamente. As pequenas quantias de ácido erúcico que ainda persistem na planta alterada continuam sendo tóxicas para o consumo humano, e esta ação tóxica é cumulativa. Existem relatos de inúmeras outras enfermidades ligadas à ingestão e até mesmo à inspiração de vapores de canola (provável vínculo com câncer de pulmão).
Um site estadunidense bem holístico sobre cuidados de saúde para pessoas e animais diz que o óleo de canola é o mais tóxico de todos os óleos vegetais usados na alimentação, cem vezes mais tóxico que o óleo de soja transgênica.
A canola também é bom exemplo de como funciona o esquema das mega-empresas de biotecnologia. Em abril de 2002, nos Estados Unidos, o Centro de Segurança Alimentar (CFS) e o Alerta de Alimentos Geneticamente Produzidos (GEFA) pediram uma investigação criminal contra a Monsanto e a Aventis, e contra o Departamento Americano de Agricultura (FDA), que haviam permitido o ingresso ilegal de sementes de colza modificada para dentro do território americano antes da aprovação legal desta importação para produção local.
Tudo funciona da mesma forma lá e aqui. A própria liberação da canola no território americano contou com estímulo de US$50 milhões do governo Canadense para que o FDA (órgão regulador) facilitasse seu ingresso na indústria alimentar de lá, mesmo sem os adequados estudos de segurança em humanos.
Novamente nos defrontamos com uma situação em que o poderio econômico atropela o bom senso entre ciência e saúde, e é muito mais persuasivo do que os interesses dos consumidores.
O pior disso tudo é que não podemos contar com os meios de informação, que sistematicamente informam o que interesses maiores julgam mais oportuno. O caso canola, com certeza, é uma pequena fração do mundo obscuro do agronegócio e seu capitalismo científico, que pesquisa fontes de enriquecimento muito mais entusiasticamente do que as verdadeiras fontes de saúde e vida!
Outras fontes:
Central de Segurança dos Alimentos dos EEUU
Georgia Evironmental Finance Authority
Centro de Mídia Independente Brasil
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