Breve: Louva-a-deus, um inseto mal compreendido

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Verdades e Mentiras sobre o Nióbio

Mentiras, demagogias e falsidades não são a base para a construção de uma nação livre, democrática e soberana.

A Alemanha nazista se ergueu sobre este alicerce e ruiu. O mesmo aconteceu com as nações da Cortina de Ferro.
O nazismo e o capitalismo selvagem, bem como o nacionalismo exacerbado, têm as mesmas raízes, o engodo, a manipulação do povo, a ignorância e a desinformação.

Corre aos ventos um e-mail sem-vergonha, campanha conduzida por irresponsáveis nazi-fascistas, sobre o elemento químico Nióbio, falando que é um metal que só o Brasil produz, que estão roubando do Brasil, que o mundo é 100% dependente do Brasil neste importante metal, que a FUNAI está envolvida...
Já botaram políticos no meio, já dizem que a falcatrua do agronegócio para impedir a demarcação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol tem a ver com isso... quanta babaquice!
Estas pessoas têm divulgado na internet informações enganosas e se recusam a um debate sério com quem tem um amplo e sólido conhecimento do assunto.

Esclareçamos alguns pontos:
1. É mentira que o Brasil seja o único fornecedor de Nióbio no mundo. Existem três empresas principais que fornecem cerca de 85% do nióbio mundial. Duas delas no Brasil, e a Cambior, no Canadá.
2. Não é verdade que o preço do Nióbio seja ditado pela bolsa de metais de Londres. Pode até ser que esta bolsa inglesa determine o valor do nióbio obtido através de garimpo. Mas é uma empresa brasileira do grupo Moreira Salles que determina o preço do Nióbio contido para exportação.
3. Mente quem diz que o Nióbio ocorre apenas no Brasil. O Nióbio é de ocorrência mundial, há importantes reservas no Gabão, em outros países da África, no Canadá, na Sibéria, na Austrália, etc.
4. Quem faz esta campanha omite completamente o fato de que outros metais como o Titânio e o Vanádio têm as mesmas propriedades do Nióbio, na maioria dos casos.
5. As empresas que fabricam produtos de Nióbio são empresas particulares, portanto seria suicídio econômico comercializar o Nióbio a preços inferiores aos de custo de produção. Só mesmo um idiota para poder acreditar em tal absurdo.
6. Somente as reservas de Araxá, ao consumo atual, são suficientes para fornecer Nióbio ao mundo por mais de 500 anos. Isto sem considerar as demais reservas existentes no mundo todo.
7. Você acredita que o ministro José Dirceu estava negociando com bancos, uma mina de nióbio na Amazônia? Para isso ele não teria que ser o dono da mina?
8. Grande coisa dizer que a Folha de SP (jornal do Partido da Imprensa Golpista - PIG) falou que em 2002 o Lula se hospedou na casa do Fulano de Tal. Há algo de errado se o Presidente do Brasil se hospeda na casa do presidente da Companhia Mineradora do Brasil?
9. Há algo de errado o presidente do Brasil ser fotografado ao lado da rainha da Inglaterra?
10. Quem inventou essa de que a demarcação da área indígena Raposa Serra do Sol tem algo a ver com isso foi o deputado federal Paulo César Quartiero, poderoso homem do agronegócio, um dos maiores criminosos ambientais do Brasil, com o conluio da Senadora Kátia Abreu.
11. Você acreditaria que a FUNAI coloca um minério de densidade 8,57 gramas por cm cúbico na mochila de índios para que eles se embrenhem na mata para contrabandeá-lo à Guiana Francesa?

Não podemos construir uma nação forte e soberana com base nesta propaganda nazi-fascista do PIG.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dilma na Assembléia da ONU: mijada em Obama

"O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis. Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger."
Primeira mulher a fazer a abertura de uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas - ONU, a presidenta Dilma Rousseff faz história em um pronunciamento denso, afirmativo e corajoso.
A Assembleia Geral da ONU é o mais elevado fórum de decisões do planeta. É órgão inter-governamental, plenário e deliberativo da Organização das Nações Unidas, composto por todos os países membros, tendo cada um direito a um voto. No que respeita ao processo de deliberação, as questões importantes são votadas por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes enquanto as questões restantes são votadas por maioria simples. É um fórum político que, igualmente, supervisiona e coordena o trabalho das agências.
O Guardafogo socializa neste espaço a íntegra do discurso de abertura desta 66ª Assembléia Geral, que marcou época na história da humanidade.
Senhoras e senhores,
Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.
É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.
Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.
Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.
Senhor Presidente,
O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.
Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.
Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.
Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as consequências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.
Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, de clareza de ideias.
Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.
O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo. 44 milhões na Europa. 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.
Nós, mulheres, sabemos, mais que ninguém, que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.
Senhor Presidente,
É significativo que seja a presidenta de um país emergente, um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego, que venha falar, aqui, hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos.
Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda.
Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais.
O mundo se defronta com uma crise que é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política.
Não haverá a retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como o G-20, o Fundo Monetário, o Banco Mundial e outros organismos. A ONU e essas organizações precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica.
As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas que, por sua vez, levam a um círculo vicioso.
Já a solução do problema da dívida deve ser combinada com o crescimento econômico. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão, o que dificultará, sobremaneira, a resolução dos problemas fiscais.
Está claro que a prioridade da economia mundial, neste momento, deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise. Os países emergentes podem ajudar.
Países altamente superavitários devem estimular seus mercados internos e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global.
Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade. É preciso impor controles à guerra cambial, com a adoção de regimes de câmbio flutuante. Trata-se, senhoras e senhores, de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo.
A reforma das instituições financeiras multilaterais deve, sem sombra de dúvida, prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial.
O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e fraudulenta.
Senhor Presidente,
O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento.
Estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica.
Há pelo menos três anos, senhor Presidente, o Brasil repete, nesta mesma tribuna, que é preciso combater as causas, e não só as consequências da instabilidade global.
Temos insistido na inter-relação entre desenvolvimento, paz e segurança; e que as políticas de desenvolvimento sejam, cada vez mais, associadas às estratégias do Conselho de Segurança na busca por uma paz sustentável.
É assim que agimos em nosso compromisso com o Haiti e com a Guiné-Bissau. Na liderança da Minustah, temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento. Com profundo respeito à soberania haitiana, o Brasil tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país.
Estamos aptos a prestar também uma contribuição solidária, aos países irmãos do mundo em desenvolvimento, em matéria de segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome.
Senhor Presidente,
Desde o final de 2010, assistimos a uma sucessão de manifestações populares que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.
É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.
Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.
Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.
O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.
Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões. E a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.
Senhor Presidente,
A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor Presidente, protelar mais.
O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento.
O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Temos promovido com eles bem-sucedidos processos de integração e de cooperação. Abdicamos, por compromisso constitucional, do uso da energia nuclear para fins que não sejam pacíficos. Tenho orgulho de dizer que o Brasil é um vetor de paz, estabilidade e prosperidade em sua região, e até mesmo fora dela.
No Conselho de Direitos Humanos, atuamos inspirados por nossa própria história de superação. Queremos para os outros países o que queremos para nós mesmos.
O autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital, a discriminação, todos são algozes dos direitos humanos. Há violações em todos os países, sem exceção. Reconheçamos esta realidade e aceitemos, todos, as críticas. Devemos nos beneficiar delas e criticar, sem meias-palavras, os casos flagrantes de violação, onde quer que ocorram.
Senhor Presidente,
Quero estender ao Sudão do Sul as boas vindas à nossa família de nações. O Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para seu desenvolvimento soberano.
Mas lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título.
O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.
Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia – como deve ser.
Senhor Presidente,
O Brasil defende um acordo global, abrangente e ambicioso para combater a mudança do clima no marco das Nações Unidas. Para tanto, é preciso que os países assumam as responsabilidades que lhes cabem.
Apresentamos uma proposta concreta, voluntária e significativa de redução [de emissões], durante a Cúpula de Copenhague, em 2009. Esperamos poder avançar já na reunião de Durban, apoiando os países em desenvolvimento nos seus esforços de redução de emissões e garantindo que os países desenvolvidos cumprirão suas obrigações, com novas metas no Protocolo de Quioto, para além de 2012.
Teremos a honra de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano que vem. Juntamente com o Secretário-Geral Ban Ki-moon, reitero aqui o convite para que todos os Chefes de Estado e de Governo compareçam.
Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,
O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.
O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média no meu país quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.
No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm nas mães a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.
Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.
Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.
Senhor Presidente,
Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.
Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.
Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.
E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.
Muito obrigada.”

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Escravos da moda na construção da roupa

Este Blogueiro achou muito interessande o artigo de opinião da acadêmica de jornalismo Mariana Zirondi, da Unopar, em Londrina, e socializa esta verdade no Guardafogo, com a anuência da autora
Escravos da moda na construção da roupa
A rea­li­da­de de qua­se 100%das in­dús­trias do ­país não têm bri­lho e nem ele­gân­cia. Ela é ­árdua
São fios que se entrelaçam e viram tramas e urdumes. As cores variam. E o peso, a espessura e o volume também. Tudo é plano, felpudo ou tramado. Não importa. Quando cortado em várias partes, aos poucos, vai dando vida ao que antes era apenas tecido. E nessas formas a agulha atravessa a camada jogando uma linha que será laçada por outra e formará um ponto. E outro. E outro. E outro... até que as partes se unam, cresçam e deem vida ao que se usa todos os dias, o tempo todo: a roupa.

O movimento de criação do vestuário é um longo processo de pensamento, estratégia, planejamento e mão de obra. Já a moda é essa peça transformada em produto, consumo e desejo. A moda pode ser bonita, pode ser cara ou pode ser barata. O que agrega valor pode ser o tecido, o design, a cor, as tendências ou mesmo a marca. Mas, por trás da moda é roupa, e mais do que isso, é trabalho.

Milhões de famílias sobrevivem da moda. Trabalhadores que estão empregados desde a fabricação do tecido até a venda na loja. E o que o consumidor vê é algo pronto e acabado. Mas a grande verdade é que o glamour da moda, que muitos se encantam em revistas e blogs, são momentos fabricados pela mídia em corpos socialmente admirados pela massa. A realidade de quase 100% das indústrias do país não têm brilho e nem elegância. Ela é árdua.

A produção é em série. Quando se chega a um chão de fábrica, como são chamadas as confecções de vestuário, a visão é quase sempre a mesma: máquinas de costura, tecidos e pessoas, em grande maioria, mulheres. O teto é baixo, pois as luzes precisam ser fortes, maquinário precisa estar ligado e ventiladores devem fazer milagres. O calor é intenso, em alguns casos, não há janelas e ar fresco. O barulho dos pedais se mistura com a poeira do corte do tecido, e o desânimo. Vontade de que tudo acabe ou comece de novo.

Cada costureira fica em seu espaço, esperando que o responsável pelo seu setor lhe dê trabalho. As conversas são vigiadas, pois não se pode ter distração. A roupa é cortada em partes, e com as divisões por tipos de máquinas, há a distribuição de funções. Em muitos casos, a costureira sabe como é a peça final, mas o trabalho é mecânico, rápido e precisa ser eficiente. E, por isso, ao encontrar o produto pronto e acabado, não reconhece, nele, sua força de trabalho. Os pedaços que ajudou a unir não tinham forma e nem conteúdo.

Tudo é contabilizado para o salário final. Metas devem ser atingidas. Lucros. Não importa se a quantidade de trabalho dobra, a quantidade de funcionários é a mesma. Eles acreditam em um acréscimo que parece valer a pena. Mas a grande verdade é que os centavos de cada peça, quando somados, não são nada.

O ser humano é programado para o trabalho. A necessidade de todos os dias faz com que as prioridades e objetivos se canalizem para desenvolver funções de maneira eficaz. Assim, o proletário mergulha em suas obrigações e se aliena no que está fazendo. Quando se dá conta, o dia acabou. À frente, só se vê muitas partes de uma peça que talvez nunca possa comprar.

O que se passa pela cabeça durante o trabalho? De que maneira o indivíduo consegue refletir sobre suas ações e como pode tentar melhorá-las? O abismo entre o projeto e o desenvolvimento não consegue ser preenchido, pois os responsáveis por eles estão imersos em suas funções e não podem sequer entender o que acontece do outro lado. E tudo isso porque todos nós, inclusive o trabalhador, devem alimentar o consumo desenfreado que a indústria da moda nos oferece, e nós aceitamos e usamos. E quando dizem que não se pode ser escravo da moda, mentem. Afinal de contas, consumir moda é uma escravidão, e fazer com que ela sobreviva e chegue até você, também.

MARIANA ZIRONDI é estudante de Jornalismo na Unopar em Londrina

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A força dos Tiranos: Monsanto recolhe cartilha do MAPA sobre produtos orgânicos

A Justiça mandou recolher, através de Liminar concedida à MONSANTO, uma cartilha sobre produtos orgânicos, simplesmente porque nela diz que o produtor orgânico não usa transgênicos!

- VAMOS DISTRIBUIR A CARTILHA? CLIQUE AQUI PARA VÊ-LA!

A cartilha "O Olho do Consumidor
" foi produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor.
Infelizmente, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição.
O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").
O Guardafogo disponibiliza a cartilha em modo eletrônico para você ver e divulgar.